HISTÓRIA DE SÃO GERALDO
São Geraldo Majela - "Chamado Redentor"
Nasceu em 1726, cidade Muro, Sul da Itália
Professou os primeiros votos religiosos na data de 16 de julho de 1752 Pouco antes da meia-noite, do dia 16 de outubro de 1755, voltou para Deus.
Em 1893, o Papa Leão XIII o beatificou
Dia 11 de dezembro de 1904, o Papa Pio X o canonizou santo.
Era conhecido como "il santo dei felici parti" - o santo dos partos felizes.
Geraldo nasceu em Muro, no sul da Itália, no dia 6 de abril de 1726. Nasceu de uma família pobre de bens, mas rica de bênçãos. Domingos Majela e Benedita Majela foram os seus pais. O pai Domingos, era alfaiate. A mãe Benedita, era lavadeira. Os dois se amavam com um amor imenso. Deste amor puro e santo nasceu-lhes o Geraldo. O filho Geraldo, tinha o jeito de anjo. Era bom. Era uma graça. Era de paz.
Ele foi batizado no mesmo dia em que nasceu. Seus pais entendiam que Deus em seus planos não deixa ninguém nascer à toa. Quem nasce é para ser gente; é para sentir-se amado e saber-se capaz de amar. É neste sentido que está certo quem disse: "Amar a vida é mais do que construir catedrais!"
O menino Geraldo era franzino de corpo. De espírito, porém, era robusto. Deus lhe deu uma inteligência brilhante. Os professores logo viram nele um prodígio.
Em geral as crianças são egoístas e cheias de manhas. Por incrível que pareça, Geraldo com apenas 7 anos já sabia quem eram os outros para ele. Que beleza quando na família os pais ensinam o evangelho aos filhos com a vida! Foi dos pais que Geraldo aprendeu desde pequeno o amor ao trabalho e a sabedoria da oração. Daí floriu a sua vocação.
Conforme o testemunho de suas próprias irmãs, ele era muito dedicado às devoções, também se confessava todos os dias e se disciplinava diariamente.
Aos sete anos, em vista da pobreza da família, dirigia-se à ermida de Capodigiano, onde recebia um pãozinho branco que o Menino Jesus lhe entregava e com quem ele brincava. Somente mais tarde, quando já na Congregação, Geraldo compreende quem era aquele Menino.
Entregava-se à oração. Sua mãe encarregava-se de educá-lo na fé. Conforme ele mesmo conta, como tivesse muita vontade de comungar e que por causa de sua idade não lhe era possível, São Miguel apareceu-lhe de noite para lhe dar a comunhão. Assim como afirma posteriormente, fazia o próprio Menino Jesus.
Geraldo tinha quatorze anos quando seu pai morreu e ele ficou sendo o arrimo da família. Tornou-se aprendiz na alfaiataria da cidade e era maltratado e agredido pelo mestre. Passados quatro anos de aprendizado, quando ele poderia montar sua própria alfaiataria, disse que ia trabalhar como empregado do bispo de Lacedônia. Seus amigos lhe aconselharam a não assumir o trabalho. No entanto, os ímpetos de ira e as constantes repreensões que impediram os outros empregados de permanecer mais que poucas semanas nada eram para Geraldo. Foi capaz de exercer todos os encargos e trabalhou três anos para o bispo até a morte deste. Quando acreditava que estava fazendo a vontade de Deus, Geraldo aceitava qualquer coisa. Se batiam nele na alfaiataria ou se o bispo não lhe dava valor, pouco importava; via o sofrimento como parte do seu seguimento de Cristo. "Sua Senhoria gostava de mim" - dizia. E já então, Geraldo costumava passar horas diante de Jesus presente no Santíssimo Sacramento, o sinal do seu Senhor crucificado e ressuscitado.
Em 1745, com 19 anos, voltou para Muro onde montou uma alfaiataria. Seu negócio prosperou, mas ele não ganhou muito dinheiro. Praticamente dava tudo para os outros. Guardava o que era necessário para sua mãe e suas irmãs e dava o resto aos pobres ou para Missas em sufrágio das almas do purgatório. Geraldo não passou por uma conversão repentina e espetacular, apenas foi crescendo constantemente no amor de Deus. Durante a Quaresma de 1747 ele resolveu ser completamente semelhante a Cristo o quanto lhe fosse possível. Fez penitências mais severas e procurava explicitamente a humilhação, fazendo-se passar por louco e sentindo-se feliz quando riam dele nas ruas.
Buscando sua vocação
Mas Geraldo sentia que o Senhor tinha escolhido para ele um outro lugar. Assim, entra em contato com os capuchinhos, mas em vão solicita ser admitido, mesmo na condição de empregado.
Não é aceito, dada sua saúde precária e sua aparência doentia. Para Geraldo esse golpe foi terrível. Contudo, entrega-se à oração, pedindo a Deus que o encaminhasse para vida religiosa.
Mas tendo chegado a Muro seu amigo Luca Valpiedi, antigo condiscípulo, parte com ele para ajudá-lo em seu colégio, no cuidado das crianças. Ali encontrou um novo calvário. Naquele tempo caiu-lhe em mãos certa obra de Antônio de Olivedi, intitulada: "O ano doloroso de Jesus Cristo". Cada palavra daquele escrito foi um dardo penetrante no coração do nosso jovem Geraldo. Sentiu crescer extraordinariamente suas ânsias de sofrer mais e mais para assemelhar-se ao Redentor.
Vocação
Quando tinha 22 anos chegaram a seu povoado alguns missionários. Eram os Redentoristas, e entre eles achava-se o Irmão Onofre que contou a Geraldo como era sua vida. Mas, percebendo que o jovem estava entusiasmado, mudou de assunto, dizendo-lhe que ele não resistiria àquele tipo de vida.
Pouco tempo depois voltaram os missionários. Entre eles estava o Padre Paulo Cáfaro, que depois de muito vaivém e oposições lhe permite que o acompanhe ao convento. "Meu filho, lhe diz, você me venceu. Recebo-o como religioso, e que Deus lhe dê saúde e forças para perseverar até a morte".
Enviou-o para lliceto com uma carta ao superior. Na carta ele dizia: "Aí vai um irmão inútil para o nosso trabalho. Ele não tem saúde. É fraco. Mas eu não pude rejeitar sua admissão sem dar-lhe uma chance. Ele insistiu até cansar-me e é grande a consideração que lhe têm os moradores de Muro". Geraldo vibrou.
Deixar a casa, sua mãe e as irmãs foi um drama para Geraldo. Teve de fugir. Deixou-lhes apenas um bilhete, no qual dizia: "Querida mamãe e irmãs, fugi. Já estou com os redentoristas. Não se preocupem. Vou tornar-me santo. Esqueçam-me. Adeus!”
Vida Religiosa
No dia 17 de maio de 1749, Geraldo partia radiante de alegria para a casa de noviciado de Iliceto. Em novembro desse mesmo ano vestia a batina redentorista e começava sua interiorização na vida religiosa.
Geraldo sentiu-se absolutamente e totalmente satisfeito com o modo de vida que Santo Afonso, fundador dos Redentoristas, traçou para os seus religiosos. Ficava radiante ao constatar como era central o amor a Jesus sacramentado e como era essencial o amor a Maria, Mãe de Jesus. Professou os primeiros votos na data de 16 de julho de 1752, que, conforme ele ficou sabendo com alegria, era a festa do Santíssimo Redentor e também o dia de Nossa Senhora do Carmo. Desde esse dia, com exceção de algumas visitas a Nápoles e do tempo passado em Caposele onde morreu, a maior parte da vida de Geraldo foi vivida na comunidade redentorista de Iliceto. O rotulo de "inútil" não duraria muito. Geraldo era um excelente trabalhador e nos anos seguintes foi por várias vezes jardineiro, sacristão, alfaiate, porteiro, cozinheiro, carpinteiro e encarregado das obras da nova casa de Caposele. Aprendia rápido: visitando a oficina de um escultor, logo começou a fazer crucifixos. Era uma jóia na comunidade. Tinha apenas uma ambição: fazer em tudo a vontade de Deus. Santo Afonso confessando que as suas acusações contra Geraldo não passavam de invenção e calúnia. O santo ficou cheio de alegria ao saber da inocência do seu filho. Mas Geraldo, que não ficara deprimido no tempo da provação, também não exultou indevidamente quando foi justificado. Em ambos os casos sentiu que a vontade de Deus tinha sido cumprida, e isto lhe bastava. Em 1754 o seu diretor espiritual pediu-lhe que escrevesse qual era o seu maior desejo. Ele escreveu: "amar muito a Deus; estar sempre unido com Deus; fazer tudo por amor de Deus; amar a todos por amor de Deus; sofrer muito por Deus. Minha única ocupação é fazer a vontade de Deus."
Atividades do Irmão Geraldo
No convento de Iliceto realizavam-se retiros espirituais para sacerdotes e leigos no decorrer do ano. Para Geraldo era uma ocasião propícia para extravasar o seu zelo. Muitos pecadores que nem sempre se comoviam com as palavras dos pregadores se rendiam às exortações e súplicas do zeloso Irmão. Até padres renitentes no mal, tocados pelas humildes considerações de Geraldo, mudavam de vida.
Nesta quadra de sua existência a fama de sua santidade ia crescendo sempre mais e inúmeros os prodígios a ele atribuídos como curas de muitos doentes. Sempre que podia Geraldo continuava sua assistência aos pobres e necessitados tanto é verdade que tempo é questão de opção. Ele nem falhava nas tarefas que os superiores lhe davam, nem à oração na qual vivia imerso e ainda tinha como ir ao encontro dos indigentes e doentes. Isto se deu sobretudo quando, diante das dificuldades do Convento, foi escalado para recolher esmolas.
A Grande Provação
A santidade verdadeira deve sempre ser testada pela cruz, e assim, em 1754, Geraldo devia sofrer uma grande provação, aquela que bem pode ter merecido a ele o poder especial para assistir às mães e a seus filhos. Uma das suas obras de apostolado era a de encorajar e assistir as moças que queriam entrar para o convento. Muitas vezes ele até garantiu o necessário dote para alguma moça pobre que de outra forma não poderia ser admitida numa ordem religiosa.
Néria Caggiano era uma das moças assistidas desta forma por Geraldo. Porém, ela achou desagradável a vida do convento e dentro de três semanas voltou para casa. Para explicar sua atitude, Néria começou a espalhar mentiras sobre a vida das freiras, e quando o povo de Muro recusou-se a acreditar em tais histórias a respeito de um convento recomendado por Geraldo, ela resolveu salvar sua reputação destruindo o bom nome do seu benfeitor. Para isto, numa carta dirigida a Santo Afonso, o superior de Geraldo, ela o acusou de pecados de impureza com a jovem de uma família em cuja casa muitas vezes Geraldo ficava nas suas viagens missionárias.
Geraldo foi chamado por Santo Afonso para responder a acusação. Mas em vez de se defender, permaneceu em silêncio, seguindo o exemplo do seu divino Mestre. Diante deste silêncio, Santo Afonso nada pôde fazer senão impor ao jovem religioso uma severa penitência: foi negado a Geraldo o privilégio de receber a santa Comunhão e foi-lhe proibido todo contato com os de fora.
Não foi fácil para Geraldo renunciar aos trabalhos pelo bem das almas, mas este era um sofrimento pequeno em comparação com a proibição de comungar. Sentiu isto tão profundamente, que chegou a pedir para ficar livre do privilégio de ajudar a Missa, receando que, a veemência do seu desejo de receber a comunhão o fizesse arrancar a hóstia consagrada das mãos do padre no altar.
Algum tempo depois, Néria ficou gravemente enferma e escreveu uma carta a Santo Afonso confessando que as suas acusações contra Geraldo não passavam de invenção e calúnia. O santo ficou cheio de alegria ao saber da inocência do seu filho. Mas Geraldo, que não ficara deprimido no tempo da provação, também não exultou indevidamente quando foi justificado. Em ambos os casos sentiu que a vontade de Deus tinha sido cumprida, e isto lhe bastava.
Um caso interessante da vida de São Geraldo Magela
São Geraldo Magela e as mulas
Conta-se que certa vez São Geraldo Magela estava a passeio com um grupo de seminaristas. Almoçam numa pensão, com um dinheirinho bem curto. O dono do boteco quis se aproveitar dos frades, cobrando três vezes mais.
São Geraldo era santo, mas não era bobo.
- Isso é roubo. Se continuar com essa malandragem, vai perder tudo, até suas mulas.
Nesse mesmo instante o filho do hospedeiro vem correndo e grita:
- Pai, as mulas estão morrendo lá na estrebaria. Elas rolam desesperadas pelo chão.
O homem descobriu que não é bom abusar de frades Pode haver algum santo no meio deles. É raro, mas acontece: pediu desculpa e não queria cobrar nada.
E Geraldo:
- Não senhor, pagamos o que devemos.
Foi até a estrebaria e deu uma bênção nas mulas. E elas felizes, se ergueram, relinchando orgulhosas como a mula de Balaão, defendida pelo anjo.
O Santo das Mães
Por causa dos milagres que Deus fez por meio das preces de Geraldo em favor das mães, as mães da Itália se afeiçoaram a Geraldo e fizeram dele o seu padroeiro. No seu processo de beatificação, uma testemunha atesta que ele era conhecido como "il santo dei felici parti" - o santo dos partos felizes.
Milhares de mães tem experimentado o poder de São Geraldo através da Liga de São Geraldo. Muitos hospitais dedicam a ele a ala da maternidade e dão a seus pacientes medalhas e santinhos de São Geraldo. Milhares de meninos recebem o nome de Geraldo dos pais, convencidos de que foi a intercessão dele que os ajudou para que nascessem sadios. Há também moças que tem um nome semelhante ao seu, e é interessante observar como "Geraldo" se transforma em Geralda, Geraldina, Geraldino, Gerardo, Geriane e Gerardete
"Aqui se faz a vontade de Deus, como Deus quer, até quando ele quiser" (São Geraldo)
Morte e Glorificação
Morte e Glorificação
De saúde sempre frágil, era evidente que Geraldo não iria viver muito. Em 1755 sofreu violentas hemorragias e disenteria, a ponto de sua morte ser esperada para qualquer momento. No entanto, ele devia ainda ensinar uma grande lição sobre o poder da obediência. O seu diretor mandou-lhe que sarasse, se fosse da vontade de Deus, e imediatamente a doença pareceu desaparecer, ele deixou o leito e juntou-se à comunidade. Sabia, porém, que esta cura era apenas temporária e que tinha pouco mais que um mês de vida. Pouco depois teve que voltar ao leito e começou a preparar-se para a morte. Abandonava-se totalmente à vontade de Deus e escreveu na porta do seu quarto: "Aqui se faz a vontade de Deus, como Deus quer e por quanto tempo ele quer." Como freqüência ouviam-no recitar esta oração: "Meu Deus, quero morrer para fazer vossa santíssima vontade." Pouco antes da meia-noite do dia 15 de outubro de 1755, a sua alma inocente voltou para Deus.
Na morte de Geraldo, o irmão sacristão, na sua euforia, tocou os sinos à maneira festiva, em vez do toque fúnebre. Milhares de pessoas vieram ver o corpo do "seu santo" e tentar obter uma última lembrança daquele que tantas vezes os tinha ajudado. Após a sua morte, começaram a ser relatados milagres em quase todas as regiões da Itália, atribuídos à intercessão de Geraldo. Em 1893, o Papa Leão XIII o beatificou e, no dia 11 de dezembro de 1904, o Papa Pio X o canonizou como santo.
Oração a São Geraldo
Agradeço á divina Providência, ó São Geraldo, não somente elevar-te às alturas da Santidade, mas ainda fazer-te experimentar a realidade da vida humana. Sabes quão árdua pode ser a luta pela vida. Conheces perfeitamente todos os fatores sociais, bem como conheces as dificuldades em se trabalhar para viver, principalmente onde falta a verdadeira caridade e a justiça cristã. Como vós, não quero pedir a Deus que me faça rico, mas que possa ter o suficiente, de tal maneira que os cuidados temporais não venham perturbar a mim mesmo e à minha família. São Geraldo, a tantos já atendeste e, livres de maiores cuidados, entregaram-se mais tranquilos a serviço de Deus. Toca o coração dos que devem repartir, para que efetivamente o façam. Triunfem os princípios de caridade para com o próximo, e os de justiça, a fim de que não seja cobiçada a norma dos patrões e dos operá rios. Recomendo-vos também o trabalho que tenho para executar, para fazê-lo conscientemente, em espírito de solidariedade e partilha. Auxilia-me a usar bem o tempo livre de que disponho, para maior Glória de Deus, salvação de minha vida e bem-estar de minha família.Amém
São Geraldo Magela, rogai por nós!